segunda-feira, 16 de junho de 2008

LIVROS SOBRE JÓIAS - IV

O mundo da joalharia é particularmente susceptível de despertar o sonho, a cobiça ou mesmo certas obsessões ligadas ao fenómeno do coleccionismo, havendo gente capaz de oferecer verdadeiras fortunas por uma determinada peça que falta na sua colecção privada. Entre as peças que maior interesse despertam surgem, antes de mais, os diamantes, sobretudo aqueles relacionados com uma determinada história envolvendo roubos famosos ou derramamento de sangue. Também determinados objectos que pertenceram à realeza, como o célebre colar de Maria Antonieta, ou as jóias da coroa inglesa. Entre estes últimos, natural destaque merecem os muito famosos ovos da casa Fabergé, objecto do coleccionismo da família Imperial russa.

Sobre estes ovos ricamente decorados em ouro, esmalte e pedras preciosas já muitas obras se publicaram. Normalmente, livros que se esgotam rapidamente e que nem sempre são reeditados. Por isso é tão importante o aparecimento de uma nova obra dedicada ao tema, desta feita Fabergé's Eggs. The extraordinary story of the masterpieces that outlived an Empire, de Toby Faber (Macmillan, 2008). Esta obra descreve a forma como nasceu e cresceu a casa do joalheiro Carl Fabergé, em São Petersburgo, mas vai também até à tristemente célebre Revolução de Outubro, à pilhagem dos palácios imperiais e à febre dos coleccionistas actuais, não só a família Forbes, mas também a dos novíssimos milionários russos que, a pouco e pouco, vão fazendo regressar os ovos ao país que os viu nascer.

Trata-se de uma obra muito interessante, com curiosas e belas fotografias sobre estes ovos que fascinaram o mundo e que marcaram indelevelmente a história da joalharia.

THE WILLIAM AND JUDITH BOLLINGER JEWELLERY GALLERY

Sempre considerámos o Victoria & Albert Museum, de Londres, um dos melhores museus de artes decorativas do mundo. De facto, aí podemos encontrar uma parte importante das peças originais que vemos constantemente reproduzidas em tantos livros de arte. Contudo, se tal fosse possível, poderíamos mesmo afirmar que recentemente o V&A ficou ainda mais fascinante.

Este Museu é conhecido por ter uma das mais importantes colecções de jóias da actualidade. Uma colecção que abrange peças de 800 AC até à actualidade. Contudo, é também uma colecção em permanente actualização e que tem sido consideravelmente enriquecida nos últimos anos, com a aquisição de importantes jóias e com a doação de colecções inteiras de generosos messenas. Tudo isso se encontra agora patente ao público na nova galeria de joalharia de William e Judith Bollinger.

Nesta nova galeria, recentemente aberta ao público, podemos encontrar toda a história da joalharia, desde a pré-história até às mais modernas peças da joalharia contemporânea, passando pela Idade Média, pelos riquíssimos séculos XVIII e XIX e pelas peças maravilhosas de grandes artistas como Cartier e Boucheron.

Por entre as montras do primeiro andar podemos ver várias peças portuguesas do século XVIII, sobretudo alfinetes de diamantes e de minas novas. No segundo andar, onde encontramos uma interessantíssima mostra de jóias tradicionais, lá descobrimos os nossos corações de filigrana e outras peças.

Trata-se, sem dúvida, de uma exposição que todos os amantes de jóias não podem perder, sobretudo nesta semana onde, em Londres, se multiplicam as exposições e outros eventos em torno do mundo da joalharia. Mas, disso, falaremos mais tarde.